segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

BBB (Big Brazilian Bullshit) - Crítica a quem critica quem critica

Saudações caros leitores deste humilde espaço,

Como integrante das redes sociais, percebia desde o fim de Dezembro ao início de Janeiro a presença de posts e gravuras de protesto ao programa Big Brother Brasil, que segundo me consta entrará em sua 13a Edição. Desde 2002 (pesquisei para saber) este "célebre" programa invade nossas casas com a sua vasta contribuição ao nosso desenvolvimento cultural e incremento de nossa capacidade de pensar...

Óbvio que isto se trata de uma ironia...

MINHAS OPINIÕES (SE NÃO QUISER LER, PULE ESTA PRÓXIMA PARTE)

Meu descaso quanto a exibição deste programa é tão grande que eu nem intencionava discorrer sobre o mesmo, exatamente devido a insignificância deste entretenimento banal. Ao contrário de outros Reality Shows (como American Idol, conhecido no Brasil como Ídolos, o Aprendiz, The Voice Brasil e até mesmo o American Next Top Model, para você ver em que nível estou descendo para fazer a comparação...) o BBB confina dentro de uma casa, por intermináveis 3 meses, indivíduos geralmente SEM NENHUM TALENTO (os participantes dos outros reality shows citados apresentam alguma face talentosa ou o programa permite que exibam ou desenvolvam estas potencialidades) que tem como únicas ocupações a prática da musculação com propósitos narcisistas, a busca desenfreada pela curtição através de bebidas alcoólicas e sexo e a elaboração de "picuinhas" (chamadas de "estratégias de jogo"... huahuahuahua, faz-me rir) que deixariam as lavadeiras que se entretém com a prática da fofoca morrendo de inveja...

"Mulher, tu nem sabe... Ontem no BBB..."

Alguém diria que o BBB permite o estudo do comportamento humano, sob situações de estresse... Aham Cláudia, aproveita e senta lá... Qualquer entendido do que é o método científico sabe que o BBB não segue a sequência criteriosa do referido e consagrado método... Este argumento está sendo usado por mim apenas para desqualificar quem tivesse o propósito pueril de afirmar tal balela... Qual a hipótese testada (etapa do método científico) pelo BBB? Que participantes e (alguns) telespectadores apresentam cognição comprometida? Se o defensor deste argumento admitir tal fato, poderemos começar a conversar... 


Os que defendem BBB como entretenimento sociológico- científico... Montem esta tese sobre o crivo da razão e tentem não me fazer rir...
Afora tudo isso, estas argumentações fazem parte do meu julgamento sobre a futilidade do programa e você pode pensar de forma diferente a minha, pode assistir o programa e ser feliz com ele (o que eu questiono, mas isso é problema meu...ou seu...rsrsrsrrsrs). Como educador, me preocupa que o adolescente brasileiro, muitas vezes criado por pais despreparados para gerenciar a vida própria, que dirá a de terceiros (no caso os filhos) tenha como referencial um programa que incita a busca pelo hedonismo, pelo prazer desenfreado através da eterna "curtição" recheada de substâncias inebriantes e sexo... É o culto ao superficialismo, a inversão de valores... E a educação em si, a busca pela melhoria individual e intelectual fica relegada a segundo plano... Um jovem sem valor projeta uma humanidade que não valerá nada... Um programa que não acrescenta nada culturalmente ou intelectualmente não deveria ser assistido...

É a velha cultura carnavalesca... Tudo pelo pão e circo... E que vivamos sob a influência do ópio intelectual...

Futebol e BBB... Semelhanças? Ambos alienantes... Diferenças? Futebol é esporte, cultura e lazer... BBB? Lazer inútil...
Acompanho pelas redes sociais os defensores desta farsa chamada BBB dizerem que os que ficam indignados com o programa estão perdendo tempo, pois sua indignação não vale de nada... Recomendo a estes que ao invés de se travestirem de um conformismo entendiante e nefasto às suas personalidades, consultem a história e verifiquem quantas revoluções a humanidade já praticou pelo inconformismo e indignação das populações... O que não irá mudar nada é o descaso e a aceitação da sua inclusão na massa de manobra que atualmente o tal programa e a emissora que o promove querem fazer, estuprando a sua consciência...

Palavras fortes não? Desculpem, sou mais um pseudo-intelectual da internet... :)

VOLTANDO AO ENFOQUE PRINCIPAL...

Como eu havia dito, não pretendia discorrer uma vírgula sob a referido programa. Mas, também conforme citado anteriormente sou frequentador de redes sociais (particularmente o facebook) e percebia o acuamento dos defensores e telespectadores reprimidos em confessar a preferência pelo programa. Eis que me surge na internet esta tentativa de defesa do referido "show"...

http://comoassimbial.com/2012/01/07/bbb-e-a-futilidade-de-quem-critica/

Uma clara inversão de valores...A tentativa de desqualificar quem exerce crítica sobre formas manipuladoras da mídia (como o BBB) é  um desserviço a produção intelectual, pois ajuda a massificar a mediocridade de pensamento... Mas, como tudo o que é podre se quebra, muitas vezes com facilidade, argumentações pautadas pela razão implodem estes argumentos deturpados, fracos e falaciosos...
De repente, os telespectadores reprimidos e fãs acuados saem de suas cavernas de auto-opressão, compartilhando este post com expressões de euforia do tipo "bufo", "eita", "vai de novo"... Pensei: "opa, ai está um texto que vale a pena ler...será que alguém terá a capacidade de me convencer pela razão que intelectualmente o BBB é um programa que valha a pena?"

Recomendo aos queridos "compartilhadores" deste post pró-BBB (não o meu, o texto da autora que menciono) que, antes de o fazerem, analisem os argumentos expostos pela autora e reflitam se eles merecem ser levados a sério a ponto de haver uma apologia de exaltação ao valor deste texto como argumento de defesa... Porque senão a emenda sai pior que o soneto e o ridículo fica ainda mais exposto...

Senão vejamos (e dissequemos)...

1) O "nickname", a alcunha, ou como é referida ou se auto-refere a autora --> @nataliaporra

Pergunto aos senhores... Dá para se levar a sério alguém com esta denominação? Porém, como indivíduo crítico e que procura se livrar de pré-conceitos, resolvi continuar a leitura...

2) "E quem disse que eu assisto BBB pra ficar mais culta? O legal é que a maioria dessas pessoas (que criticam o programa) ainda nem completaram o Ensino médio e leram pouquíssimos livros na vida. Não que eu me importe com a questão dos livros, porque pra mim lê quem quer e apenas fazer isso não confere o título de ”fodão” a ninguém."
Através dos livros, ganhamos o mundo pelo pensamento... E mudamos o mundo pelas ações...
Obviamente que assistindo BBB você não ficará mais culto...Em nenhum aspecto... Concordo com a autora... Agora, a maioria das pessoas que criticam o programa não completaram o Ensino Médio e leram pouquíssimos livros na vida? Que processo estatístico você utilizou para afirmar tal pretensa verdade? E quem ainda não completou o Ensino Médio não pode ter noções de razão e bom senso suficientes para evitar dar audiência ao programa e fazer críticas e juízo de valor do mesmo? Argumentos rasteiros, superficiais e generalizados, denotando uma rebeldia sem causa, ou tentando salvar um moribundo de morte inevitável (no caso este programa)...

E outra, "ler quem quer e apenas fazer isso não confere o título de "fodão" a ninguem". Querida, ler alguma coisa, mesmo com propósitos superficiais é melhor que não ler... Então, não desqualifique de maneira nenhuma a leitura... Quem lê com propósitos de agregação ao intelecto está degraus acima de quem lê com finalidades pedantes e narcisistas... Porém, quem lê de maneira superficial para parecer culto está infinitos degraus acima de quem nada lê... 


3) Contradição "detected":  "O que me irrita é esse pedantismo todo. (...) Sou redatora e pertenço a uma das melhores universidades do Rio, a UERJ, MAS graças a Deus, nunca fui o tipo de pessoa insuportável e pedante que condena esse tipo de atitude...."

Curiosa conversa...
Ou seja, a autora primeiramente condena o pedantismo, em seguida promove uma auto-exaltação ao se qualificar como redatora pertencente a uma universidade "top" e introduz um "porém" dissertando sobre não ser pedante, por não ser uma crítica insuportável...

Porém querida, "mas", "porém", "todavia", "contudo" e "entretanto" são conjunções adversativas que agregam na mesma oração idéias de valor oposto (por exemplo, um positivo e outro negativo). Você se qualificar como uma "redatora importante" e ao mesmo tempo se qualificar como "não pedante" se adjetivou apenas positivamente, mesmo usando a partícula "mas"... Talvez, não tenhamos uma contradição gramatical, mas ideologicamente, sua contradição é clara...

Mas isso é o de menos... Proclamar repulsa ao pedantismo e ao mesmo tempo se qualificar como redatora respaldada por uma grande universidade só ressaltam seu mal camuflado pedantismo... Você podia ser doutora em jornalismo, que mesmo assim suas idéias seriam passíveis de (MUITAS) críticas... Não são os títulos que fazem o homem (ou a mulher) e sim suas ações e palavras, ou seja, SUA OBRA...

Talvez seja interessante ler livros de gramática ou de lógica, para você, mesmo com relutância, ser uma pedante, pelo menos coerente... Apesar de tentar disfarçar seu pedantismo de uma forma maltrapilha...

Lembrando a autora que pedante é "indivíduo que se dá ares de sábio, pretensioso, afetado". Portanto, não qualifique de pedantes aqueles que discordam dos valores do programa, pois nem todos o fazem para "parecerem" sábios. Estão simplesmente se dando o direito de exercer juízo de valor sobre o programa USANDO A RAZÃO E A CRITICIDADE PARA ISSO... Quando estes não fazem crítica de uma forma vazia de argumentação, pretensiosa e afetada, jamais você poderá qualificá-los como pedantes...

Ou será que todos que verbalizam algo que você não entende ou não concorda são pedantes?

Interessante notar que, quando apontamos um dedo, três estão voltando...Olhe o autor desta frase...
4) E para finalizar "BBB é um programa pra passar o tempo e se divertir, e eu não espero nada mais dele.  E se você espera, o único burro aqui é você."

Qualificar de "burro" quem espera algo mais do programa em termos de valores é algo de doer a consciência... Então seria ilegítimo esperar que o programa ao menos evoluísse e de alguma forma abordasse algo educativo? Pois que continuemos a ser burros lutando contra essa aparente inversão maciça de valores que assola a sociedade, cada vez mais distorcida e com o certo se tornando errado e o errado tornando-se certo...

Sério que esse cara "traduz os valores da cultura popular"?... Então nossa cultura é muito pobre de valores... Ou será que querem fazer que ela pareça ser a$$im? Olha a editora da revista... Do mesmo grupo que "fincancia" o BBB... Muito coerente...
Por esta lógica, "burro" é quem espera que o BBB traga contribuições. "Burro" é quem espera que os jovens mudem a situação do país que vivemos hoje... Realmente, se eu esperasse que os jovens mudassem a situação do país assistindo o Big Brazilian Bullshit, cortando o cabelo idêntico ao Neymar (nossa, quantos adolescentes adotaram esta aberração estética) e exaltando Michel Teló como alguém que traduz perfeitamente os valores culturais da nossa sociedade brasileira (sim, a Revista Época cometeu esta infâmia...)...É realmente, eu sou mesmo muito burro...


Mas vou continuar esperando. Pois quem espera sempre alcança. Mas não vou esperar de maneira passiva. Vou esperar lutando, dissertando e criticando textos como esse que tentam calar a razão e induzem os que pensam pouco a achar que existem justificativas plausíveis para a continuidade deste programa nocivo às personalidades dos jovens brasileiros...

Mas, peço desculpas pelas palavras... Como havia dito, sou apenas mais um "pseudo-intelectual revoltadinho" da internet... Mas que permite que a sua própria razão trabalhe... Só um pouquinho...


É isso aí...

Fernando Luiz

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